Versículo do Dia


domingo, 1 de abril de 2012

Angelologia - A doutrina dos anjos

INTRODUÇÃO
            O assunto a ser abordado é um dos mais complexos e polêmicos do estudo da teologia. Os teólogos da era moderna, Karl Barth (1886–1968) e Millard Erickson (1932–) foram os que mais expuseram o tema. Barth chegou a afirmar que o tópico dos anjos é o mais notável e difícil de todos.
Muitas são as conjecturas sobre esse assunto tão empolgante e a Bíblia Sagrada não se cala sobre o tema. No Antigo Testamento existem 108 passagens que falam de anjos e 175 no Novo Testamento.
Os anjos se dividem em Bons e Maus, devido à rebelião liderada por Lúcifer. Os anjos bons foram aqueles que se mantiveram fiéis ao Senhor e são denominados de malak (hebraico) e angelos (grego). Os anjos maus seguiram o caminho de Lúcifer e perderam seu lugar de honra e toda glória que lhes era destinada. Esses anjos maus também são chamados de demônios, cuja expressão origina-se do verbo grego doiomai que significa dividir ou partilhar. Havia uma crença entre os gregos que um deus dos mortos dividia os cadáveres entre si.
As Escrituras Sagradas asseguram que, ao redor deste mundo material, limitado e finito, existe outra dimensão, um mundo espiritual, onde luz e trevas travam a maior de todas as batalhas. Esta guerra é no invisível e influencia diretamente a raça humana. Portanto, é importante que conhecer as artimanhas do inimigo para que se possa resistir às suas investidas e destruir as fortalezas, levando todo entendimento cativo a Cristo Jesus (2 Co 10.4,5).
 
DESENVOLVIMENTO

I – Anjos Bons
             O significado do termo anjo na Bíblia é mensageiro, tanto no AT como no NT. Eles possuem maior inteligência e poder do que o homem em seu estado presente, entretanto, são limitados, finitos e dependentes de Deus, pois trata-se de seres criados.

1. Natureza
a)      Criaturas – NE 9.6; Sl 148.2,5; Cl 1.16
Os anjos não são seres eternos ou auto-existentes, porém criados. Não se sabe o momento preciso da sua criação, mas por inferência acredita-se que foi antes da formação do homem (Jó 38.4-7). Sendo criaturas recusam adoração (AP 19.10; 22,8,9) e ao homem é proibido adorá-las (Cl 2.18).
b)      Espíritos – Ef 6.12; Hb 1.13,14
São espíritos porque não estão sujeitos a um corpo físico e limitado. Eles tem o poder de assumir a forma de corpos humanos (Gn 19.1-3).

c)      Imortais – Lc 20.34-36
Como os anjos não estão presos ao corpo material, consequentemente não experimentam a morte.

d)     Numerosos – Dn 7.10; Lc 2.13; Hb 12.22
São tantos os seres celestiais que não se pode contar. O criador dos anjos é conhecido como
“Senhor dos Exércitos” (Sl 46.11)

e)      Assexuados – MT 22.30
Apesar dos anjos serem chamados de varões, ele são assexuados, ou seja, não possuem sexo. Isto traz como conseqüência a incapacidade de propagação da espécie.

f)       Velozes – Dn 9.21; Mt 26.53
Como seres criados, os anjos não possuem a onipresença, mas como espíritos possuem uma velocidade jamais concebida pelos seres humanos. Alguns textos mostram determinadas categorias de anjos possuidores de asas (Is 6.2; Ez 10.5). Isto é mais uma ênfase a velocidade que possuem.

g)      Gloriosos – Lc 9.26
Este é o único ponto que diferencia os anjos de Deus dos anjos caídos, no que se refere a natureza. Os anjos maus perderam sua glória e dignidade quando se rebelaram contra o criador.

2. Classificação
a)      Anjo do Senhor – Gn 22.11; Js 5.14,15; Jz 13.17,18; Is 63.9
Essa classificação é encontrada em abundância no AT, enquanto, no NT encontra-se a expressão “um anjo do Senhor” (Lc 1.11). No decorrer do texto de Lucas, verifica-se que se trata da manifestação do anjo Gabriel (Lc 1.19). Muitos teólogos afirmam que esta manifestação é a teofania da 2ª pessoa da Trindade, ou seja, o próprio Senhor Jesus Cristo.
 
b)      Arcanjo – Dn 12.1; 1 Ts 4.16; Jd 9; Ap 12.7
O arcanjo é o anjo principal, o imediato de Deus. Este termo não é usado no plural, pois só existe um arcanjo e seu nome é Miguel (quem é como o Senhor). Ele é o protetor da nação de Israel (Dn 10.13,21; 12.1) e o “ministro da guerra” de Deus.

c)      Anjos – Gn 28.12; Sl 91.11; Jo 5.4; Ap 22.16
Significa mensageiro e sua função principal é executar as ordens expressar de Deus. Entre os anjos, a Bíblia dá destaque especial para Gabriel (homem de Deus), que teve por missões específicas explicar as visões a Daniel (Dn 8.16; 9.21), anunciar a Zacarias o nascimento de João Batista (Lc 1.19) e a mais sublime de todas, anunciar o nascimento do Messias (Lc 1.26). A Escritura também relata acerca dos anjos eleitos, aqueles que permaneceram fiéis a Deus durante a rebelião de satanás (1 Tm 5.21).

d)     Querubins – Gn 3.24; Ex 25.22; 2 Rs 19.15; Ez 10.4,5; Hb 9.5
Trata-se dos seres angelicais responsáveis diretos pelo zelo da santidade de Deus e a glória do Senhor os acompanha. Em seu estado original, satanás era chamado de querubim ungido (Ez 28.14). No hebraico a palavra correspondente a querubim e cherub (singular) ou cherubim (plural) e origina-se de um verbo cujo significado é bendizer, louvar e adorar.

e)      Serafins – Is 6.2,6
A Bíblia relata esta classificação apenas no texto da chamada de Isaías. A nomenclatura serafim significa ardente e está intimamente ligada a adoração ao Senhor diante de seu trono.

3. Caráter
a)      Obedientes – Sl 103.20; Mt 6.10; 1 Pe 3.22; Jd 6
Os anjos não ousam sequer questionar as ordens divinas. A obediência é total e irrestrita e a Palavra de Deus é lei e seu cumprimento imediato.

b)      Reverentes – NE 9.6; Hb 1.6
Todos os seres angelicais reverenciam a majestade do nosso Deus, adorando-o na beleza de sua santidade (Sl 29.2).

c)      Sábios – 2 Sm 14.17,20; Mt 24.36
Os anjos são dotados de uma capacidade intelectual sobrenatural, contudo, não são oniscientes (1 Rs 8.39; 1 Pe 1.12).

d)     Mansos – 2 Pe 2.11; Jd 9
Os anjos não abrigam ressentimentos pessoais nem injuriam opositores. Só utilizam a força de forma destrutiva quando ordenados por Deus (Gn 19.12,13; 2 Sm 24.15,16).

e)      Poderosos – Sl 103.20; Is 37.36; Mt 28.2; 2 Ts 1.7; Ap 20.1-3
Eles foram criados superiores aos homens (Sl 8.5; Hb 2.7), portanto, mais poderosos numa esfera mais abrangente. Contudo, esse poder é delegado por Deus e limitado em seu alcance. Os anjos são poderosos, mas só Deus é Todo-Poderoso (Gn 17.1; Ap 1.8).

f)       Santos – Sl 98.1; Ap 14.10
Significa dizer que eles são separados exclusivamente para os propósitos divinos, e por isso, precisam estar no mesmo nível de santidade do seu Senhor (Is 6.2,3).

4. Obras
a)      Responsáveis pela Adoração Direta a Deus – Sl 148.1,2; Is 6.2,6; Mt 18.10; Lc 2.13,14
Sendo seres espirituais, os anjos têm a possibilidade de adorar a santidade de Deus num mesmo nível espiritual, pois Deus é Espírito (Jo 4.24).

b)      Alegram-se nas Obras de Deus – Jó 38.4,7; Lc 15.10
Ao contrário do que muitos pensam, os anjos não são robôs. Eles possuem emoções e se alegram nas maravilhas feitas pelo Senhor.

c)      Executam a Vontade de Deus – Gn 19.1,13; Nm 22.22-27; 2 Rs 19.35; Mt 13.39-49; At 12.11
Pelo caráter obediente que os anjos eleitos possuem (1 Tm 5.21), pode-se entender a execução total e imediata da vontade divina. São os agentes de Deus para tarefas específicas.

d)     São Mensageiros de Deus     
A palavra anjo deriva do vocábulo grego angelos, que significa enviado ou mensageiro. Por meio dos anjos, Deus envia anunciações (Lc 1.11-20,26-37), advertências (Hb 2.2), instrução (Mt 28.2-6; At 10.3-6), encorajamento (At 27.23) e revelações (at 7.53; Gl 3.19; Ap 1.1).

e)      Guardam os Salvos – Gn 48.16; Sl 34.7; 91.11; Dn 6.22; Hb 1.14
Esta é uma experiência diária de todos aqueles que servem a Deus. Os anjos do Senhor estão atentos aos passos do salvo e podem intervir segundo a vontade do Senhor. Apesar de toda proteção, a Bíblia não sustenta a teoria do “anjo da guarda”. O único que está constantemente ao lado dos salvos é o Senhor Jesus (Mt 28.20).
f)       Acompanharão os Desfechos da Humanidade – Mt 13.49,50; 25.31,32; 2 Ts 1.7,8; Ap 20.1-3
Os anjos estarão no período da Grande Tribulação (Ap 7.1,2; 14.6; 18.21), nas Bodas do Cordeiro (Ap 19.17), na Volta de Jesus em Glória (Mt 25.31), na prisão de satanás (Ap 20.1-3), no Juízo Final (Mt 13.49,50) e no útlimo capítulo da Bíblia encontra-se registrado a presença dos anjos (Ap 22.8,9,16).

II – Anjos Maus
             São comumente chamados de anjos caídos ou demônios e o seu estudo sempre foi controvertido em toda história da igreja. Desde os primórdios, a existência, atuação e caráter dos demônios foram discutidos amplamente. Originalmente, todos os seres angelicais foram criados por Deus em estado de perfeição e adoravam o Senhor. Após a rebelião de satanás, uma parte dos anjos seguiu o querubim ungido e perderam seu estado de glória e tornaram-se inimigos de Deus e de suas obras.
            De acordo com a cosmovisão dualista, é necessária a existência do bem e do mal como fator de equilíbrio do universo. Esta teoria nega a existência de satanás e dos demônios, pois o mal existe independente da existência deles. Esta teoria é antibíblica e simplista demais, pois a Escritura Sagrada, de uma forma contundente, relata a existência dos demônios.
            Entretanto, existe o outro extremo onde movimentos pentecostais, carismáticos, ministérios de guerra espiritual e de libertação dedicam atenção demasiada para o demonismo. Muitos defensores desses movimentos extrapolam a mensagem bíblica sobre o assunto e aparentam determinado fascínio sobre o tema. O resultado é a perda do foco; ao invés de olhar para Cristo (Hb 12.1,2), a atenção é desviada para os anjos caídos.
            No estudo deste tema é de suma importância o equilíbrio entre as doutrinas bíblicas, a experiência cristã e o discernimento espiritual.

1. Existência
a)      Reconhecida por Jesus – Mt 10.8; Mc 16.17
Os demônios não são frutos da imaginação religiosa que precisa do mal para justificar o bem. O próprio Jesus falou sobre eles (Lc 11.14-28) e com eles (Mt 8.28-32).

b)      Reconhecida pelos discípulos – Mt 17.14-19; Lc 10.17
Os discípulos de Jesus tiveram embates com forças malignas quando saíram ao campo, seguindo as ordens do Mestre. Houve uma ocasião que eles não conseguiram expulsar os demônios de um jovem, pois havia muitos (Mc 9.28,29).


c)      Reconhecida pelo apóstolos
·         Por Paulo – 1 Co 10.20,21; 1 Tm 4.1
·         Por Tiago – Tg 2.19
·         Por João – Ap 9.20

2. Natureza
a)      Espirituais – Lc 9.38,39,42; Ef 6.12
Enquanto os anjos de Deus são espíritos ministradores, os anjos caídos são espíritos imundos, destituídos de glória e honra. Por serem espíritos, podem apossar-se de seres humanos ou animais (Mt 5.2,11-13; 12.43,44).

b)      Inteligentes – Mt 8.29,31; Lc 4.33-35; At 19.13-16
Toda inteligência dos demônios é canalizada para o mal. Eles possuem um conhecimento milenar e sabem os melhores caminhos para seduzir e destruir o homem (1 Tm 4.1-3).

c)      Numerosos – Mc 5.9
Os anjos caídos representam um terço dos anjos criados por Deus (Ap 12.4). Este número é muito expressivo, haja vista que a quantidade de anjos bons são muitos milhares (Hb 12.22).

d)     Maldosos e perversos – Mt 8.28; Lc 9.39; At 16,16
Os demônios não possuem escrúpulos, remorsos ou qualquer senso de moral. Suas ações refletem as mais cruéis atrocidades levando os homens que estão sob o seu domínio, aos mais baixos níveis de degradação. Contudo, sua atuação segue a risca os planos do príncipe dos demônios (Mt 12.24), que por sua vez cumpre a vontade do Senhor (Jô 2.6).

3. Atividades
a)      Apossam-se dos Corpos de Seres Humanos e Animais – Mt 12.22; Mc 5.2,12,13
O homem foi criado a imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26,27), tornando-se a coroa da criação. Toda vez que um demônio possui um ser humano ele degenera e profana o templo do Espírito Santo, que é o corpo do homem (1 Co 6.19).

b)      Produzem Enfermidades – Mtt 12.22; Lc 9.39; 13.11,16
A enfermidade pode ser ocasionada por meios naturais (viroses, limitações do corpo, hereditariedade, etc.) ou espirituais. As enfermidades de origem espiritual ocorrem por permissão divina (Jo 11.4) ou por influência direta de demônios.

c)      Subvertem os propósitos divinos – Dn 10.10-14; Ap 13.13-16
Assim como satanás, os demônios se opõem a qualquer propósito de Deus e procuram enganar os homens, disseminando falsas doutrinas, a fim de afastá-los do Criador (Gn 3.4,5;1 Tm 4.1).

d)     Promovem impureza moral – Ef 2.2; 2 Pe 2.10-12
Os espíritos malignos atuam na mente das pessoas levando-as a praticar ações que normalmente não fariam. Todo pecado origina-se na mente (Gn 6.5) e por essa razão, no relato bíblico da Armadura de Deus existe um peça de proteção para a mente – o Capacete da Salvação (Ef 6.17).

e)      Combatem contra os filhos de Deus – Ef 6.12
Há uma batalha travada no campo do invisível. É a guerra espiritual entre a luz e as trevas onde os homens são recrutados como soldados de Cristo para esta peleja (2 Tm 2.3-5). Aqueles que não lutarem ao lado de Cristo estarão vulneráveis as forças do mal (Mt 12.43,44).

4. Destino
a)      Temporário – Lc 8.31
Alguns demônios foram lançados no abismo (Lc 16.26), acorrentados em prisões eternas (2 Pe 2.4) até o dia em que serão soltos. Isto ocorrerá na 5ª Trombeta do Apocalipse (Ap 9.1-12). Os demais anjos caídos estão soltos pelo mundo, promovendo toda sorte de males (Jô 1.6,7; Mt 12.43,44).

b)      Definitivo – Mt 25.41
Assim como satanás, os demônios não têm perdão. Eles já estão condenados e serão lançados no lago de fogo e enxofre (Ap 20.14,15).

III – satanás
             O mundo está dividido entre dois reinos: o reino da luz e o reino das trevas, que por sua vez, combatem contra si. De um lado o reino da luz, cujo comandante é o Senhor Jesus Cristo e do outro, o reino das trevas, chefiado por satanás.
            Numa guerra, a melhor estratégia é se manter invisível aos olhos do inimigo, para que haja liberdade nos ataques. Essa tem sido uma das atuações do reino das trevas, ou seja, satanás procura camuflar ao máximo suas ações através de sutilezas e artimanhas para enganar os homens acerca de suas reais intenções.
            Antes da queda, satanás era chamado de Lúcifer (aquele que tem luz – anjo de luz). Apesar do nome Lúcifer não ser encontrado na Bíblia, entende-se que esta era a sua nomenclatura devido ao texto de Isaías 14.12 (... estrela da manhã, filha da alva ...). Assim como os demais anjos, Lúcifer foi criado por Deus (Sl 33.6; Cl 1.16).         
            Acredita-se que a vontade de se rebelar entrou no coração de Lúcifer devido a sua escolha pelo mal. Em João 1.1 Jesus é apresentado como o Verbo, a Palavra de Deus que estava desde o princípio com o Pai. Portanto, todos os seres angelicais conheciam a Palavra de Deus (Jesus Cristo) e Lúcifer decidiu se rebelar contra ela.

1. Existência
a)      Antigo Testamento
O nome satanás é mencionado em sete livros do Antigo Testamento – Gn 3.4; 1 Cr 21.1; Jó 1.6; Sl 109.6; Is 27.1; Ez 28.11-19; Zc 3.1,2

b)      Novo Testamento
É mencionado por todos os escritores e consta em dezenove livros – At 5.3; Ef 6.11,12; 1 Pe 5.8; Ap 12.9

c)      Mencionado por Jesus
Jesus sempre apresentou este tema de forma clara e não deixou dúvidas acerca da existência de satanás – Mt 13.39; Lc 10.18; 11.18; Jo 13.2

2. Nomes
  • Abadom – Palavra hebraica que significa destruidor (Ap 9.11).
  • Acusador – É a interpretação grega para diabo na Septuaginta (Sl 109.6 – “diabolos”).
  • Acusador dos nossos Irmãos – Essa é uma das prioridades de satanás. Acusar é imputar falta, mesmo que esta acusação não reflita a verdade (Ap 12.10).
  • Adversário – Esta é a tradução hebraica para satanás (1 Pe 5.8).
  • Anjo do Abismo – Assim como existem três regiões celestiais (Lugar de Delícias, Paraíso e Nova Jerusalém), existem três regiões “infernais” (Lugar de Tormentos, Abismo e Lago de Fogo). Satanás é o coordenador das criaturas que estão no abismo, aguardando o momento de serem soltas (Ap 9.1-12).
  • Apoliom – Palavra grega que significa destruidor (Ap 9.11).
  • Belial – Significa indignidade, perversidade. Tem a conotação de adjetivo (Dt 13.13; 2 Co 6.15).
  • Belzebu – Esta palavra é uma modificação grega para baalzebube, conhecido como deus de acarom. Significa príncipe dos demônios (Mt 12.24).
  • deus deste Século – Esta expressão nos mostra que satanás é um falso deus, pois o seu reinado é limitado (2 Co 4.4).
  • Diabo – Palavra originalmente grega que significa acusador (Mt 4.1).
  • Dragão – Está ligado ao seu aspecto assustador (Ap 12.3,4).
  • Espírito imundo – Diz respeito a sua essência espiritual e o seu caráter (Mt 12.43).
  • Homicida – Ele conduz o homem à morte eterna (Jo 8.44; Ap 2.11).
  • Maligno – Essência do seu caráter (Mt 13.19).
  • Mentiroso, pai da mentira – Através da mentira, satanás pode alcançar seus objetivos usando de engano (Jo 8.44).
  • Enganador – Forma de atuação (2 Jo 7).
  • Príncipe das potestades do ar – Este nome está ligado ao seu campo de atuação, ou seja, ele está solto para arquitetar o mal (Jó 1.7; Ef 2.2; 1 Pe 5.8).
  • Príncipe deste mundo – A palavra mundo possui quatro sentidos na Bíblia:
ü  Terra – Mt 13.38; Mc 16.15
ü  Riquezas – Mc 8.36
ü  Pessoas – Lc 16.8; 20.34
ü  Sistema espiritual – 1 Jo 2.15-17
  • Satanás – Palavra de origem hebraica que significa adversário (Mt 4.10).
  • Serpente – Este nome é dado à satanás devido a sua astúcia (Gn 3.1; Ap 20.2).
  • Tentador – Ele é o agente de toda tentação (Mt 4.3).
 3. Estado Original
            Originalmente, satanás foi criado por Deus e habitava nos céus com os demais anjos. Ele possuía privilégios e doze características próprias.

a)      Estrela da manhã, filha da alva – Is 14.12
Esta característica aponta para o fulgor, o brilho e a notoriedade que Lúcifer possuía. A estrela da manhã é o astro mais brilhante e antecede o nascer do sol. Depois da Trindade, hierarquicamente, vinha o próprio Lúcifer, pois ele era uma espécie de 1º ministro de Deus. Ele pode se transfigurar em anjo de luz a fim de enganar os escolhidos (2 Co 11.14). Satanás utiliza este disfarce porque, outrora, esta era a sua imagem.

b)      Debilitavas as nações – Is 14.12
Em Gênesis 1.1 há o relato da criação original; em Gênesis 1.2 a destruição global; em Gênesis 1.3 inicia-se a restauração. Lúcifer era o grande articulador no período de Gênesis 1.1, portanto, após sua queda, ele possui a obsessão de dominar toda terra. Para isso, ele incita os governantes mundiais para esse domínio global, como por exemplo, Ninrode, Nabucodonozor, Alexandre, os cézares, Napoleão Bonaparte, Hitler, etc.

c)      O meu Trono – Is 14.13
Todos os seres angelicais mencionados na Bíblia estão em movimento (Gn 28.12; Dn 10.12-14; Jd 9). O único que possuía um assento era Lúcifer. Isto explica a grande ira dele em relação a Igreja devido a promessa de Apocalipse 3.21.

d)     Aferidor de medidas – Ez 28.12
Lúcifer era o modelo, o paradigma. Após a queda ele perdeu este privilégio, que por suas vez foi outorgado aos filhos de Deus (Gn 1.26; 1 Co 11.1; 1 Tm 4.12).

e)      Cheio de sabedoria – Ez 28.12
A sabedoria de Lúcifer se transformou em ardilosidade, astúcia e sutileza (2 Co 11.3).

f)       Perfeito em formosura – Ez 28.12
Uma das grandes armas de satanás é o foco em estereótipos. Para ele, o que interessa é a aparência, portanto, ao invés de se cuidar da alma, do caráter, a humanidade, de um modo geral, se preocupa com a forma, a estética e o visual externo (1 Sm 14.25; 16.7; 1 Co 2.9).

g)      As pedras preciosas eram sua cobertura – Ez 28.13
Estas pedras fazem alusão as que o sumo sacerdote usava no peitoral (Ex 28.15-21). Na Septuaginta estão escritas as 12 pedras do sumo sacerdote. Somente os grandes monarcas da antiguidade se cobriam com pedras preciosas. Isto demonstra a grandeza e a importância de Lúcifer (Jó 1.12; 2.7).

h)      A obra dos teus tambores e dos teus pífaros estava em ti – Ez 28.13
Lúcifer estava, de alguma forma, ligado a música. Portanto, atualmente, ele utiliza a música para afrontar e escarnecer de Deus. A música é de tanta importância para o ser humano que, segundo o texto de Gênesis 4.20-22, ela está ligada aos dois principais ramos da atividade humana: agropecuária e indústria.

i)        No meio das pedras afogueadas andavas – Ez 28.13
O fogo na Bíblia representa o Espírito Santo e as suas atuações sobrenaturais. Em seu estado original, Lúcifer lidava com o sobrenatural, pois ele andava no meio do “fogo”. Após a queda, satanás procura enganar os homens utilizando-se de sinais de mentira através de falsos profetas (Mt 24.24; 2 Ts 2.9; Ap 13.13).

j)        Querubim ungido – Ez 28.14
A função dos querubins na Bíblia é de proteção e demonstram a santidade ao Senhor (Gn 3.24; Ex 25.17-22). Lúcifer era um querubim especial, pois era ungido para servir ao Senhor como o principal de todos os seres angelicais criados.

k)      No monte de Deus estavas – Ez 28.14
O monte é o lugar de maior comunhão com Deus e na Bíblia Sagrada os eventos de maior relevância ocorreram sobre um monte (Sl 99.98; 121.1,2). Lúcifer era o ser celestial que estava mais perto de Deus e, portanto, o conhecia melhor.

l)        Perfeito eras em teus caminhos – Ez 28.15
Lúcifer não tinha mácula ou defeitos. Em seu estado atual, ele procura perseguir e derrubar todos aqueles que se mantêm santos e irrepreensíveis diante do Senhor (1 Ts 5.23).

4. Rebeldia e Queda
            “... até que se achou iniqüidade em ti.” (Ez 28.15).
            Lúcifer escolheu se rebelar contra Deus e ser o soberano de todas as obras criadas. Seus pecados foram a soberba (ser maior que o Altíssimo), cobiça (tentou assentar-se no trono de Deus) e violência (forma como ele agiu para possuir o trono do Senhor).

a)      Soberba – Ez 28.17
Pelos grandes privilégios, Lúcifer se engrandeceu e intentou contra Deus (Jó 40.11,12; PV 6.16,17; 11.2; Tg 4.6; 1 Jo 2.16). A Bíblia nos mostra qual é a recompensa dos soberbos (At 12.21-23).

b)      Cobiça – Is 14.13,14
Pela sua cobiça, Lúcifer desrespeitou todas as ordenanças e mandamentos de Deus (Ex 20.17). A cobiça antecede a queda (Js 7.21).

c)      Violência – Ez 28.16
Para obter êxito em seu intento, Lúcifer utilizou a violência até o extremo (Gn 1.1,2; 6.5,11). A maldade e a violência dos homens chegaram até a presença de Deus, fazendo-o destruir a raça humana com o dilúvio (Pv 10.11; Ez 45.9; 1 Tm 3.3; Tt 1.7).
5. Caráter
a)      Astuto – Gn 3.1-6; 2Co 2.10,11; Ef 6.11
Seu conhecimento é milenar, por isso uma vida sem Deus é presa fácil para satanás. Ele se apresenta da maneira como as pessoas o aceitarão. É necessário discernimento espiritual para reconhecê-lo e expulsá-lo em nome de Jesus.

b)      Enganador – Gn 3.13; 1 Sm 28.11-14; Jo 8.44; 2 Co 11.3
Ele é o derrotado que se utiliza da mentira para ganhar espaço.

6. Obras
a)      Causa sofrimentos – Lc 13.16; At 10.38
O adversário é a fonte primária de todo sofrimento. Ele é o responsável por muitos casos específicos de enfermidades.

b)      Causa a morte – Jo 10.10; Hb 2.14
Só Deus tem o poder de dar ou tirar uma vida. O diabo só pode ceifar uma vida sob a permissão direta de Deus.

c)      Ilude os homens – Mt 4.8-10; 1 Tm 3.7; 2 Tm 2.26
Satanás arma laços para prender os homens a ele. Um exemplo disto é a história de Sansão e Dalila.

d)     Inspira pensamentos e propósitos iníquos – Pv 6.18; Jo 13.2; At 5.3; 9.1,2
Todo pecado inicia-se na mente e, por isso, satanás possui uma grande influência na mente das pessoas.

e)      Apossa-se dos homens – Mc 5.9; Jo 13.27; Ef 4.27; 1 Jo 5.18
A possessão consiste no domínio total do homem (intelecto, emoções e vontade).

f)       Opõem-se aos servos de Deus – Zc 3.1; Lc 22.31; 2 Co 12.7; Ef 6.12; 1 Ts 2.18
A guerra do salvo é contra as forças do mal. Muitas vezes esta oposição produz bênção, pois condiciona o servo de Deus a buscar mais a face do Senhor.

7. Destino
a)      Queda – Is 14.12; Ez 28.16,17
Satanás foi destituído de todas suas funções e privilégios de seu estado original.
b)      Maldição eterna – Gn 28.16,17; Is 14.12
Em satanás cumpre-se o estigma da maldição da derrota eterna e condenação antecipada.

c)      Derrota eterna
ü  No céu – Is 14.12; Ez 28.16,17
ü  No Éden – Gn 3.15; Ap 13.8
ü  Na cruz – Cl 2.15
ü  No parousia – Ap 3.21
ü  No Juízo Final – Ap 20.1-3,10

8. Defesa do Salvo contra ele
            A defesa consiste nas armas que a Bíblia no revela para combatermos contra o diabo e seus anjos. Como esta guerra é espiritual, todas as armas também são espirituais.

  • A Palavra de Deus – Dt 28.1,2; Sl 119.11; Mt 4.4,7,10; Ap 19.13
  • O Nome de Jesus – Mc 16.17; At 4.12; Fp 2.9,10
  • O Sangue do Cordeiro – Cl 1.20; Hb 9.11,12; Ap 12.11; 19.13
  • A Oração – Mt 17.21; At 12.5; Ef 6.18
  • A Armadura de Deus – Ef 6.13-17
  • Vigilância em Todo Tempo – Mt 26.41; 1 Pe 5.8; Ap 16.15
  • Sujeição ao Senhor – Jo 15.7; 2 Co 10.5; Tg 4.7
 CONCLUSÃO
             Tanto os anjos de Deus como os anjos caídos são reais e estão presentes durante toda existência humana na terra. O cuidado do Todo-Poderoso é amplamente percebido, pois Ele dispensa o Seu exército angelical para cuidar do seu povo.
            Existe uma condição básica para que a proteção de Deus seja constante sobre a vida do homem. Essa condição está bem definida em Salmos 34.7 – “o anjo do Senhor acampa-se ao redor daqueles que TEMEM ... Em Provérbios 1.7 a Bíblia ensina que o temor ao Senhor é o princípio da sabedoria. Isto significa que as promessas de Deus estarão ao alcance daquele que estiver em sintonia com o texto de Provérbios.
            Este temor é exclusivo ao Senhor, enquanto, a satanás e os demônios a postura da Igreja é o enfrentamento através do revestimento das armas espirituais. Qualquer crente, lavado e remido no sangue de Jesus, tem autorização, pela Palavra de Deus, para expulsar os demônios e repreender as hostes do mal. O Senhor nos outorgou autoridade sobre serpentes e escorpiões (Lc 10.19).

Por: LUIZ CLAUDIO LOPES (Pr. e prof. Teologia Sistemática)

BIBLIOGRAFIA
  1. ALMEIDA, João Ferreira. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD. Deerfield – Flórida (EUA). 1995
 2. BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. Editora Cultura Cristã. 6ª edição. São Paulo – SP. 1990.
 3. BUCKLAND, A. R. Dicionário Bíblico Universal. Editora Vida. 3ª edição. Miami – Flórida (EUA). 1981.
 4. ERICKSON, Millard J. Introdução à Teologia Sistemática. Editora Vida Nova. 1ª edição. São Paulo – SP. 1997.
 5. HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática. CPAD. 1ª edição. Rio de Janeiro – RJ. 1996.
 6. PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. Editora Vida. 16ª edição. Belo Horizonte – MG. 1991.
 7. STRONG, Augustus Hopkins. Teologia Sistemática. Volume 1. Editora Hagnos. 1ª edição. São Paulo – SP. 2003.

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